Gosto de ler notícias, mas se há algo que não vejo o menor sentido são fofocas de celebridades. Simplesmente não há relevância em saber que Bruna Marquezine viajou de avião mal ajambrada, que o príncipe Harris faz coco de porta aberta ou que a Daniela Mercury casou com uma mulher (depois descasou e desmentiu que gosta de mulher).
Tento evitar receber esse tipo de notícia, mas o jornal que assino (Estadão) inventou uma moda chamada “Emais” (uma categoria só de fofocas) e volta e meia aparece no meu Facebook alguma notícia cretina. Não tem como eu parar de seguir, do contrário não recebo mais notícia alguma (apenas se acessar o site). Então digamos que é o preço que pago para ter um feed de notícias no meu Facebook. É como se fosse uma versão gratuita (ruim) do Spotify em que você precisa ouvir o que não quer e ainda ter que pagar por isso.
Semana passada, fui bombardeado pela fofoca da semana: A separação de Brad Pitt e Angelina Jolie. Ok, é uma fofoca que transcende o ordinário. Afinal, era o casal supostamente perfeito. Bonitos, ricos, famosos, competentes, estilosos, fofos, adotam crianças, etc, etc. Conseguem agregar qualidades (ainda que isoladas) que a maioria das pessoas almeja para si e/ou no parceiro/relação.
Diz a boca pequena que ele deu umas escapulidas, queimava um e bebia com frequência acima da tolerada por Jolie. Bom, não importam os motivos, isso só reforça a minha tese que relacionamentos possuem prazo.
Grosso modo, relacionamento nada mais é que uma construção e a duração/solidez dela vão depender de como a obra foi estruturada.
As vezes saímos com alguém por um tempo, o sexo é bom, mas não há afinidade e em poucos meses (ou menos) acaba a “relação”. Pronto, um casebre construído.
Outras vezes saímos com pessoas que o sexo é bom, há afinidade, mas depois de um tempo a coisa satura, cai na monotonia e acaba. Pronto, uma linda casa foi finalizada.
Em certos momentos conseguimos estabelecer pilares fortes e a relação dura anos e eventualmente vira um condomínio. Porém, assim como o casal Brad/Jolie, a obra termina.
E claro, há os extremos. As vezes a base é tão mal feita que a casa em menos de um mês desabada ou pega fogo; em outros vira um arranha-céu.
Nas mesmas matérias sobre a separação do casal hollywoodiano vi um monte de gente chateada, preocupada que o amor não existe, implorando para que Tarcísio Meira/Gloria Menezes não separem e tal. Bobeira.
Seja no casebre, na casa ou no condomínio nada é em vão ou perdido. Essas construções fazem parte da cidade que são nossas experiências, nossa vida. Devíamos aproveitar mais enquanto a obra é construída e lembrar com carinho quando a mudança chegar a ficar lamentando.