O tema desse post foi sugerido por uma leitora há alguns meses e resolvi escrevê-lo agora depois que conheci um cara que chamarei nesse texto de ¨chato da academia¨, e de uma situação que passou com um amigo na última viagem que fizemos.
Começarei pelo Chato da Academia.
Geralmente quem frequenta academia consegue identificar esse perfil com muita facilidade. É aquele cara que não faz nenhum exercício direito, anda 5 minutos na esteira, pega mais peso que aguenta e o único músculo que treina com seriedade é a língua.
Há algumas semanas eu estava focado no meu treino, propositalmente com meu fone de ouvido, quando no intervalo do exercício o chato se prostrou na minha frente e perguntou em espanhol (carregado de sotaque português) que grupo muscular o exercício em questão trabalhava. Tentei por em prática a resolução de 2018 e ser mais sociável e paciente com as pessoas, e respondi gentilmente.
Foi então que ele me perguntou se eu era brasileiro e após eu confirmar o match de nacionalidade, foram 40 minutos perdidos em constantes interrupções. Inicialmente eu pensei que ele era apenas muito ¨simpático¨, mas com os trejeitos um pouco afeminados e ao ser convidado para dançar forró onde ele dá aula, tive certeza que a simpatia vinha de um bumbum guloso. Dei um jeito de colocar a minha namorada no assunto e achei que ele tinha entendido o recado.
Não entendeu e passou a usar a estratégia de macho man. Agora, sempre que me vê fala de alguma mulher muito ~gostosa~ que ele está pegando e me pede dicas sobre como agir, possivelmente com a pretensão de criar um assunto em comum para nascer uma amizade e assim tentar comer (ou dar) pelas beiradas.
O segundo caso foi com um amigo sueco que me encontrou em Menorca, onde viajei de férias com a minha namorada.
Ele é apenas um garoto, tem 23 anos de idade e começa a vivenciar os primeiros ¨conflitos¨ nas relações casuais. É um cara boa pinta, alto, olhos claros e bronze cenoura que só sueco tem. Porém, ainda é inexperiente com mulheres e se mete em algumas ciladas. A última foi justamente em Menorca.
Logo após realizar o check-in no hotel e acomodar-se na área social para responder uns e-mails de trabalho, uma hóspede espanhola o interceptou para jogar conversa fora. Ele também estava de fones de ouvido, mas isso não a impediu que puxasse assunto e o convidasse para sair em 5 minutos de conversa. Apesar da recusa e das tentativas de cortar assunto, nada surtia efeito e ele teve que criar um desculpa para ir ao quarto e terminar o que estava fazendo.
Naquele dia saímos para beber e depois cada um foi para o seu hotel. Na manha seguinte, quando nos encontramos na praia ele comentou que foi acordado as quatro da manha com a garota batendo na porta perguntando se ele não gostaria de tomar umas no quarto dela. O cara disse que a menina não era feia, mas com todo o desespero desde a primeira aproximação e com a perereca dando bote as quatro da matina, boa coisa não podia sair dali. Ele recusou o convite e dia seguinte, quando ela o interceptou pela terceira vez, teve que ser mais direto e falar que não ia rolar nada com ela.
Esses casos exemplificam os dois erros mais comuns de quem costuma tomar a iniciativa e queima a largada, a falta de timing e o desespero.
A coisa mais importante no primeiro contato é saber o timing. Se você não é um fenômeno de mulher que chama a atenção quando dá o ar da graça, inicialmente será mais uma ilustre desconhecida e pouco notada. Como tal, a atençao do cara estará em qualquer outra coisa, seja na conversa com os amigos, no livro que está lendo, celular, etc, etc.
Nesse caso, é preciso arrumar um contexto para aparecer da forma mais harmônica possível, seja esperar os amigos irem ao banheiro pra perguntar, por exemplo, que bebida o cara está tomando (caso não seja algo óbvio), pois parece muito boa, ou esperar o cara virar a página do livro para perguntar se ele recomenda a leitura, pois você ficou curiosa com o título (quase todo mundo gosta de falar sobre o livro que está lendo).
O desespero é meio que senso comum, mas falta um bocado em mulheres que tomam atitude, pois acreditam na tática de vencer pelo cansaço (como a espanhola da história).
Eu sugiro você fazer o papel inverso. Imagine um cara normal chegando em você no momento que está no metro conversando com uma amiga no whatsapp sobre algo muito interessante. Ele já errou o timing. Se além disso, ele passa a perguntar qualquer bobagem a cada minuto para chamar a atenção, a não ser que você esteja muito no queijo, esse cara não terá a miníma chance.
A tática de dar em cima tem muita similaridade com o telemarketing ativo, o risco de ser inconveniente e ineficaz é altíssimo. É preciso muita técnica e telefone na cara pra ter algum exito.